"Só a perfeição pode apagar a memória de uma ferida que corre mais fundo do que a torrente da vida".
Em 1927, na cave de um sórdido prédio de Brooklyn, Henry Miller ouvia pela primeira vez o nome de Rimbaud. Anos depois, em Los Angeles, escrevia febrilmente versos do poeta nas paredes da casa que habitava, e, em 1945, surgiam as primeiras linhas d’ O Tempo dos Assassinos (1946), um dos mais apaixonantes estudos sobre o poète maudit . Em plena era atómica, no precipício da aniquilação, a identificação entre os dois gigantes da literatura subversiva foi fulminante, e Miller ouvira em Rimbaud o apelo de um profeta do colapso da civilização, de um pária como ele, revendo-se na revolta contra o mundo, nas adversidades e na itinerância do seu escritor predilecto. Fundindo biografia e reflexão, O Tempo dos Assassinos , a pretexto da vida de Rimbaud, explora a função social e os dilemas do artista de génio que se recusa a ceder a uma era em que a sociedade sufoca o vital instinto criador.
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