Muito se tem dito sobre o fenômeno do renascimento literário de Hermann Hesse, o qual, embora pertença a uma geração de escritores quase em geral esquecida, continua mais vivo do que nunca na admiração da geração atual. A explicação está na força espiritual da sua obra de ficção e, talvez ainda mais, na crença convicta defendida em todos os seus livros de que a vida e a liberdade do indivíduo são essenciais e têm de ser protegidas dos atos e das idéias que vêm predominando no mundo moderno.
Este livro de contos - e esses contos bem poderiam ser outros tantos romances, profundos e fortes como são - é da maior importância na vida de criação literária de Hesse. São três pequenas obras-primas escritas na mesma época em que ele produziu "Demian" e "Siddharta" e se tornou uma grande figura literária.
O primeiro dos contos, "Alma de Criança", relata com notas extremamente delicadas o sentimento de culpa de um garoto de onze anos e a sua posição de extrema sensibilidade em relação ao pai.
"Klein e Wagner" é uma história complexa e densa de crime, castigo e redenção, que termina numa vibrante alegoria de emoção e misticismo.
O volume se encerra com "O Último Verão de Klingsor", a narrativa pitoresca, fantasiosa e sensual dos últimos meses de vida de um pintor expressionista, considerado por muitos como um retrato da natureza apaixonada do próprio Hesse. É, portanto, uma obra que encontra um lugar de destaque entre o que de melhor produziu o grande escritor alemão.
Ficção / Romance