Em O vigário de Wakefield, se nos seduz a vida piedosa do cura - inspirado na figura do pai do escritor -, se admiramos o ardor com que ele defende suas ideias, não podemos deixar de sorrir diante dos seus pequeninos defeitos ou rabugices.
Extremamente bom e inteligente, o Dr. Primrose percebia a malícia dos que o rodeavam, mas piedosamente se deixava explorar pelos parentes e até mesmo por estranhos. Procurava corrigir os semelhantes, mas não os castigava e até condescendia com eles. O que encanta na obra de Goldsmith é, principalmente, a facilidade do autor em inspirar um delicioso toque de simpatia a todos os personagens, inclusive os canalhas. A junção de personagens ardilosos e simplórios, em situações das mais pitorescas, transformaram O vigário de Wakefield em uma das mais empolgantes narrativas da literatura inglesa.
Ficção / Literatura Estrangeira