Cada dia traz sua cota de conhecimento, através da leitura, da observação e da reflexão. Nem tudo vale a pena ser guardado, é claro. Mas é inegável que muito esse conhecimento se perde, por descuido ou negligência, por não sabermos organizá-lo. Ora, deveríamos estancar essa dissipação de forças. As regras oferecidas pelo Doutor Chavigny ajudam todos — principalmente os jovens, mas também todos os estudiosos e aqueles que, em seu trabalho, não podem prescindir de uma documentação extensa — a fazer seu próprio sumário, a administrar um repertório cômodo de todos os conhecimentos adquiridos no dia-a-dia, de forma que seja possível acessá-los à vontade sempre que necessário, sem nenhum grande esforço da memória.
“Não esqueço o local em que este livro foi escrito, nem a época, nem as circunstâncias. Foi na biblioteca da Universidade de Nancy, aberta aos trabalhadores durante a Grande Guerra. Estas páginas foram escritas pelo major-médico, talvez no intervalo entre duas palestras sobre gases asfixiantes, ou quem sabe no regresso de uma diligência nas trincheiras para constatar seus efeitos no campo de batalha, bem como a eficácia das máscaras protetoras; ou mesmo em um desses dias em que o alarme anunciava a aproximação ameaçadora de um Taube com suas bombas freqüentemente mortíferas, e o uivo sinistro das sirenes avisava os habitantes da cidade que o inimigo iria despejar seus obuses de 380”.
— do prefácio de Charles Adam