Inspirado no Dom Quixote de Cervantes e equiparado a Os 120 dias de Sodoma, do Marquês de Sade, ao lado dos quais deveria figurar na estante dos clássicos, Os boêmios é mais que um folhetim erótico: trata-se de uma análise demolidora do clero na França do século XVIII. O livro conta a história de um bando de “filósofos” que percorrem a região de Champagne sem um destino definido, alimentando-se de galinhas roubadas dos camponeses.Publicado em 1790, esse romance inusitado continuaria relegado ao esquecimento não tivesse Robert Darnton — que assina a introdução e as notas da edição — encontrado em Paris um dos seis exemplares que restaram da destruição promovida por seu próprio editor.