Muitíssimo aclamado como um renovador da ficção de horror em prosa no começo do século XX, com sua mitologia de horror cósmico que o elevou à condição de um dos grandes mestres dessa literatura, o autor também nos deixou um rico legado poético, cujo apogeu se encontra no ciclo Os Fungos de Yuggoth, escritos entre 1929 e 1930.
A obra é composta de 36 sonetos, muitos deles criados como híbridos que lançam mão de procedimentos da poesia lírica e das narrativas em versos para explorar uma estética de pesadelo, espanto e inescrutabilidade. Inicialmente interconectados entre si, comportando-se como capítulos de uma única história iniciada com a descoberta de um grimório maldito, os sonetos logo passam a explorar cada um uma epifania aterradora inspirada pelo livro, cobrindo temas caros ao imaginário lovecraftiano (especialmente ao Ciclo de Cthulhu e ao Ciclo dos Sonhos).
Muitas das criações que sua prosa imortalizou – como Innsmouth, Azathoth, Shoggoths e Nyarlathotep – também aparecem nesses versos escritos justamente durante a segunda fase (a mais madura) de sua ficção, e nossa edição – por meio de uma parceria com a Hippocampus Press – disponibiliza aos leitores brasileros um aparato crítico reunido em décadas de pesquisa, no qual podemos encontrar esmiuçadas as relações entre esses poemas com os contos, as cartas e a vida do autor.
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