Muitas vezes comparado a autores como Proust, Kafka, Eco, Borges ou Marquéz, Orhan Pamuk é o romancista turco mais galardoado a nível nacional e internacional, tendo já sido distinguido com o IMPAC, o mais valioso prémio literário do mundo. Profundamente inovador no contexto do romance turco, Pamuk faz a ponte entre o Ocidente e o Oriente, a modernidade e a tradição, o passado e o futuro. Nada é ao acaso. Ao fluxo de histórias aparentemente desligadas, de pensamentos metafísicos, sonhos, fábulas, memórias, sátiras sociais e excursões históricas subjaz um único intuito: a busca de identidade - de si mesmo, de alguém que se ama, da própria Turquia, da cidade de Istambul, de um significado para a vida. Quando Galip, o protagonista, inicia uma procura desesperada por Ruya e Djélâl, a mulher e o primo direito subitamente desaparecidos, fá-lo, efectivamente, a vários níveis, e as suas tentativas para encontrá-los representam a própria tentativa de Pamuk para descrever a busca. Os Jardins da Memória é uma obra apaixonante, provocadora e inventiva, uma tapeçaria esplêndida da cultura do Médio Oriente e islâmica, e também uma fascinante meditação sobre a identidade, a memória e a realidade.
Literatura Estrangeira