Panapaná é um livro cuja tensão se localiza no indistinguível pacto entre o ficcional e o real, em que realidade e ficção não têm limites precisos, como num dos contos mais emblemáticos, “Rainha”. O sombrio e o bizarro salvam os detalhes da vida amorfa, que é revigorada pelo imaginário repleto de referências literárias: de Poe às travessias pelo bairro de Niterói e São Gonçalo. O sabor do texto de Erick exige que o leitor se apresse e construa todas as imagens e alegorias sombrias numa tacada só: um saber pelo nocaute. Erick, então, recupera com maestria a visão de Cortázar sobre o conto: a vitória pelo nocaute.
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