Paris não acaba nunca propicia uma viagem que nenhum guia turístico oferece. O maior protagonista do livro é a própria Paris, a de Hemingway, Joyce, Fitzgerald e Victor Hugo. Com eles, o leitor anda pelos quarteirões e pelas margens do Sena, vê o desabrochar da primavera e as árvores amarelo-ocre do outono, senta-se nos bares tomar um bordeaux ou um beaujolais. O leitor descobre que Paris é uma cidade literária como o Rio é musical, mas sobretudo redescobre que pode se surpreender a cada passo e que o ócio é fundamental. E como Paris não é Paris sem a arte das vitrines e as lojas de gastronomia, somos induzidos a considerar a importância da beleza e o prazer da degustação.
Pela maneira de escrever, Betty Milan nos envolve e nós com ela seguimos por ruas tão hospitaleiras quanto as praças e os jardins. Nesse passeio, há paisagens que são como cenários, nos transportam para outros lugares e nos fazem olhar para nós mesmos e nos descobrir.
Lançado em 1996, Paris não acaba nunca reúne crônicas publicadas no diário paulistano Jornal da Tarde ao longo do ano de 1995. Teve várias reedições no Brasil. O livro foi saudado por Jacques Chirac, quando prefeito de Paris, e escolhido como brinde pela Air France. Foi traduzido para o inglês e o francês e publicado on line pela editora virtual.