Parte da riqueza da poesia de Manuel Bandeira reside na tensão muito particular entre sensualidade e sentimento místico-religioso. Nesta antologia, estão sublinhados esses dois aspectos de sua obra: o poeta que celebra e traz as figuras religiosas para o cotidiano é o mesmo que brada nos poemas libertinos: "Não posso crer que se conceba/ Do amor senão o gozo físico!". O livro dá sequência à publicação das obras de Manuel Bandeira pela Cosac Naify, iniciada com Crônicas da província do Brasil e 50 poemas escolhidos pelo autor. O volume, organizado e atualizado por Edson Nery da Fonseca, traz desenhos do artista Guignard marcando as subdivisões temáticas. Um livro marcado pelo que Gilberto Freyre, no prefácio à primeira edição, chamou de "a mais ardente busca de Deus, para suas inquietações, seus talvez pecados, seus talvez desmandos de homem por vezes mais carne que verbo".
Literatura Brasileira / Poemas, poesias