"Por mim passavas
- a água mais pura -
e eu sofri sede.
Agora penso
nessa abertura com que por cem anos
me envenenaste,
com que por cem anos
a minha infância
tornaste impura,
tornaste indigna
de andar ao lado
de outras infâncias...
Agora penso
deixar na fenda
de tua boca,
dissimulada,
todo o veneno
de que me inundas.
Porém és morta
resignada,
ó boca amarga
de namorada
nunca atingida,
sempre anelada,
boca perdida
para as saudades,
jamais beijada.
Dorme entre flores.
(Será dos anjos...
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