Desde a primeira vez em que Troia foi destruída, por volta do ano 1.300 a. C., já se anunciava que sua destruição se repetiria outras tantas vezes ao longo dos séculos. Porque os mitos fornecem indícios das potencialidades espirituais da vida humana, dentre as quais se destaca a capacidade de sofrer, suportar. Mas quando a dor excede o peso do universo, surge o direito de atormentar os deuses: por quê? Por que violência, por que vingança, por que sangue? Se a Terra embaixo foi fecundada com Amor pelo macho em cima, o Céu, por que uma mãe assistiu à morte de 19 filhos? E não foi o amor também quem deu início à destruição da maravilhosa cidade de Troia? A mãe é Hécuba, rainha de Troia, que no mito original, após a guerra, foi escravizada pelos vencedores, que lhe jogavam pedras, retribuídas com mordidas. Por morder quem a atingia, Hécuba foi transformada em cadela e é nesse ponto, depois de tudo, que começa Por Que Hécuba.
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