Depois de cinco prestigiados romances, publicados em países da Europa e América Latina, o escritor Santiago Nazarian exercita a veia de contista no livro Pornofantasma, que marca sua estreia no gênero.
Sem preocupação com a concisão das histórias, Nazarian criou catorze tramas — algumas nem tão curtas e próximas da novela — “de sexo e morte”, como ele mesmo as define.
Os relacionamentos esquizofrênicos, a juventude perdida, o tom de fábula e a violência romântica presentes em seus trabalhos anteriores reforçam aqui a marca do autor, mas com doses extras de fantasia. Terrores cotidianos, apocalípticos e sobrenaturais surgem a cargo de uma sexualidade latente e ambígua.
As alusões a figuras clássicas da literatura e dos filmes de terror presentes nos contos, que enfocam cidades e navios fantasmas, serial killers, vampiros, zumbis, lobisomens e dragões, servem também, em sua maioria, como metáforas para tratar de temas mais humanos. Uma fusão de referências que formam o existencialismo bizarro, quebrando barreiras de gênero e tratando de valores tão universais, tão atemporais.
Nos textos, a associação da sexualidade com a morte — aproveitando um clichê clássico dos filmes de horror — é tratada não como uma visão moralista, mas para simbolizar a perda da inocência, o despertar da sexualidade na adolescência, trazendo a morte da criança ou a incapacidade do adulto de aceitar sua maturidade.
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