Pragas, agrotóxicos e a crise ambiente

Pragas, agrotóxicos e a crise ambiente Adilson Dias Paschoal


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Pragas, agrotóxicos e a crise ambiente


Problemas e soluções




Algumas obras se transformam em referências por demarcarem épocas, definirem conteúdos, métodos e informações que se projetam sobre o futuro. Este é o caso de Pragas, agrotóxicos e a crise ambiente: problemas e soluções.

Publicada em uma única edição em 1979, cravou na literatura brasileira o termo agrotóxico como componente inseparável do “pacote tecnológico” da agricultura químico-industrial da “revolução verde” na qual o solo é suporte físico para plantas em sistema de monocultivo, mecanização intensa, grande aporte de fertilizantes sintéticos exigindo a máxima produtividade… um sistema dissonante do qual o agrotóxico é um de seus componentes.

Este texto é uma síntese de conceitos, informações, dados e resultados de trabalhos de inúmeros centros de pesquisas do mundo todo entre os anos 1940-1970, tornando-se diretriz para a produção de alimentos ambientalmente adequada para uma população superior a 7,7 bilhões. Conhecer a origem e evolução das pragas que atacam as culturas agrícolas, o histórico do uso dos agrotóxicos, seu impacto no ambiente natural e agroecossistemas, os efeitos nas pragas, nas plantas e no homem, o processo de resistência das pragas ao uso contínuo de agrotóxicos, o ressurgimento e o desenvolvimento secundário do processo resultantes da prática da agricultura industrial nos levará ao projeto da agricultura orgânica.

TRECHO DO LIVRO

Quando a agricultura convencional deixará de usar agrotóxicos? Quando mudar as técnicas que usa atualmente.

“Quando isso irá ocorrer não se sabe. O que se sabe é que este modelo suicida não pode durar para sempre. É só uma questão de tempo. Não podemos ignorar, entretanto, que por mais reais e convincentes que sejam esses dados de perdas causadas pelas pragas, eles não justificam o volume fantástico de agrotóxicos colocados pelo homem na biosfera”. (o autor)

Adilson Dias Paschoal é professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, com graduação em Engenharia Agronômica, doutorado em Zoologia, PhD pelo Ohio State University e em Ciências Agrárias pela USP, e pós-doutorado na mesma instituição. Considerado um dos maiores especialistas em agrotóxicos, há quarenta anos, Adilson lançou Pragas, praguicidas e a crise ambiente: problemas e soluções que serviria de base para a proibição de elementos como o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano, um inseticida de baixo custo) e a elaboração de todas as legislações estaduais sobre o uso de agrotóxicos. Na obra, ele demonstrava que a utilização de agroquímicos nas lavouras favorece o aumento de pragas, que se tornam mais resistentes e demandam novos produtos num ciclo interminável.

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