Lucas Muzel 16/06/2024Quebrando a quarta parede de uma maneira diferenteQuebrando a quarta parede de uma maneira diferente
A proposta desse álbum é brincar com as possibilidades narrativas exclusivas de uma história em quadrinhos. O tal Imbatível tem a capacidade de pular entre quadros da mesma página. Faz uso disso de maneira que parece um tipo de transporte temporal. O que o leva a criar tipos de paradoxos temporais e rompimento de causalidade. Cada história tem uma página, ou poucas páginas. Após algumas histórias, tudo estava ficando meio repetitivo. Ele basicamente se teleporta entre os 9 quadros de quadrinhos europeus. Algo no estilo página dupla de Moebius de uma edição de Promethea não foi feito.
Certa hora surge outro tipo de personagem com poder, bem distinto. O 2D usa a perspectiva forçada da arte para aumentar objetos de tamanho. Não chegou a fazer o efeito contrário, de fazer com que objetos fiquem menores. Como é um tipo de sidekick, ainda está em treinamento.
Aí aparece o nêmese do Imbatível. Um personagem que parece muito com o Coringa da década de 1940. Fazia golpes anunciados com antecedência, e variava o seu estilo. Gostava de estar no centro das atenções. Esse adversário do Imbatível tinha a habilidade incomum de se teleportar entre páginas da HQ. Isso tornou um pouco difícil do heroi notar do que se tratava, mesmo tendo a habilidade de ver todos os 9 quadros de uma página. Por questões de simetria entre páginas, conseguiu deduzir os poderes. E uma simples algema o impede de se teleportar completamente. Ainda assim, os poderes dele permitem facilmente algum tipo de fuga, se tiver algum colaborador.
Toda a ambientação é claramente do chamado período da Era de Ouro das HQs dos EUA. Histórias autocontidas, um vilão que era um cientista maligno, um chefe de polícia, um aprendiz de combate ao crime.
A HQ é bem criativa, e abre a possibilidade de diversas narrativas exclusivas desse meio. Algumas mais leves e outras mais sombrias, aterrorizantes ou complexas.