Especial de Quadrinhos Nº 5 - Sertão & Pampas

Especial de Quadrinhos Nº 5 - Sertão & Pampas



Resenhas - Especial de Quadrinhos Nº 5 - Sertão & Pampas


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R...... 02/12/2016

A revista tem reservado agradáveis surpresas, curti bastante a edição.
O ponto alto é a primeira HQ, ambientada no período colonial. O lance é o seguinte, havia a proibição do tráfico de índios, mas uma turma de mercenários continuava na surdina, com atrocidades que fazem lembrar "O paraíso destruído" de Bartolomé de las Casas. Os tupinambás são mostrados em uma marcha acorrentada, sujeita à impiedades, mas briosa e sempre entoando um cântico de vingança aos olhos de um incomodado traficante. A história evolui para uma barbárie extremamente cruel e finda na aterrorizante manifestação do vaticínio cantado pelos índios. Li com entusiasmo e nem parece que a HQ tem poucas páginas. Apesar de não ter os melhores traços do artista, R. Matias ilustrou (aquele que fez um trabalho espetacular com a personagem do Von Bóros em Mestres do Terror)

A segunda HQ foi ilustrada por Flávio Colin e é o revés da edição. A história não empolga e basicamente explora a viagem inicial de um indígena aos pampas uruguaios. Talvez esse indígena seja real, mas achei pouco atrativa a história.

Finalizando, uma HQ dos "sertões cangaceiros" ilustrada por Shima. Gostei e novamente tem a sacada de explorar fatos reais. O cenário inspirador foi a batalha em Mossoró, onde Lampião foi rechaçado com seu bando ao tentar invadir. Disso, entre outras coisas, resultou a morte do cangaceiro Jararaca. Foi ferido e, ao procurar abrigo, acabou nas mãos da volante. Aí já viu, né! Tortura e morte sem julgamento pouco depois. A HQ despertou meu olhar por essa história, verídica, e encontrei citações de que a morte impiedosa causou comoção em alguns, havendo quem faça romaria a seu túmulo (tendo o facínora como um inusitado intercessor popular). Eita, cada uma! Foi por isso que a HQ findou na alma penada do dito cujo ajudando um casal (nesse ponto tinha perdido o fio da meada na história).

Poxa! A revista instigou meu olhar e trouxe aprendizagem, ainda que seja um grãozinho... Lembrando que é do início dos anos 80, tinha poucas páginas e somente algumas edições foram publicadas.
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