Enquanto a idade média de vida da população brasileira é de 75 anos, a expectativa de vida de uma travesti é de apenas 35, sem contar, é claro, a grande quantidade de percalços que essas pessoas enfrentam. Assustador, não? Quando Eu Tinha 35 conta a história de uma travesti que disseca toda a sua existência em uma narrativa crua e que alterna entre a cruel desesperança no mundo (e em si mesma) e a vontade de lutar por uma vida que vale a pena ser vivida.
Dividido de forma a contar as perdas e vitórias da protagonista ao longo da sua trajetória, o conto — que teve a curadoria da Eller Cristine Müller, escritora e poetisa travesti, e do Christopher João, homem trans que luta pelos direitos da população LGBTQIA+ — evidencia uma crítica ferrenha ao modo como a expectativa de vida das pessoas transexuais e das travestis é dolorosamente curta e, pior: como a população em geral parece não perceber ou sequer se importar com essa estatística.
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