"Se eu morrer amanhã, não levarei saudade de Donald Trump. Também não levarei saudade da operação Lava Jato nem do mensalão. Não levarei saudade dos programas do Ratinho, do Chaves, do Big Brother em geral", escreve Carlos Heitor Cony em um dos textos desta antologia, que reúne suas melhores crônicas publicadas na Folha de S.Paulo entre 2005 e 2017. Ele só pararia de escrevê-las poucos dias antes de morrer, em 5 de janeiro de 2018, aos 91 anos. Organizada por Bernardo Ajzenberg, essa coletânea revela o cronista espirituoso e elegante que, na coluna que assinava na página 2 do jornal, observa as mudanças comportamentais, tecnológicas e políticas do momento em que escreve. Capaz de conferir registro lírico às situações mais inusitadas, Cony nunca deixa de lado o humor discreto e fino que o ajudaria a firmar-se como um dos grandes escritores de sua geração - o que o leitor poderá conferir neste livro.
Crônicas