Andrea de Mayo era a rainha-empresária. Proprietária de pelo menos doze imóveis na cidade de São Paulo, ela investia no aluguel para garotas trans de programa. Teve três boates, entre elas a lendária Prohibidu’s, uma casa de travestis para travestis, além de ser agiota e "bombadeira", como chamavam as pessoas que injetavam silicone em mulheres trans.
Jacqueline Welch, ou Jacqueline "Blábláblá", era a abelha-rainha. Construiu seu próprio “castelo”, um bordel de luxo escondido atrás de um salão de beleza. Era violenta, mas glamurosa, com clientes importantes, entre políticos e artistas paulistanos. Seu castelo foi um dos primeiros pontos fixos de prostituição trans do centro de São Paulo, e do alto de sua "torre" Jacqueline comandava um mundo particular.
Cris Negão era a rainha das ruas. Do alto dos seus dois metros, garantia às travestis a proteção que o Estado não dava. Mas para isso, cobrava um preço. Dizia ser imortal, e provava isso com as cicatrizes de seis balas que usava como joias no peito. Era a mais violenta das monarcas.
A partir da década de 1970, uma cidade sóbria e conservadora começa a criar outros caminhos, cores e desejos. São Paulo se torna uma cidade de rainhas, dispostas a sair do anonimato e a lutar pela própria existência.
Rainhas da noite é uma série inédita, escrita pelo autor de Mulher Maravilha e Ricardo & Vânia, Chico Felitti, e narrada pela atriz e diretora Renata Carvalho, que celebra a vida destas mulheres que criaram uma sociedade só delas e para elas, e reinaram durante trinta anos no centro da maior cidade do país.
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