Eis um livro que chegou até nós com uma reputação bastante má e uma posteridade incendiária. Sucessivamente, às vezes ao mesmo tempo, extrema direita nacionalista e extrema esquerda revolucionária, fascistas, terroristas, totalitários de todos os matizes invocaram o testemunho das Reflexões sobre a violência.O tema deste livro, encontramo-lo no ponto de interspecção de três conceito. O primeiro, que pertence à psicologia coletiva e é tido freqüentemente como a contribuição intelectual mais original de Sorel, é o do mito, entendido como uma representação coletiva mobilizadora. O segundo é a violência, mais precisamente o papel da violência nas relações entre classes e no desenvolvimento histórico. O terceiro é tomado das circunstâncias de seu tempo: a idéia de greve geral, como forma enfim descoberta de revolução popular e antiautoritária.Saudemos, enfim, na aurora de nossa modernidade, ou seja, na aurora do pensamento cativo, esse grande grito fúnebre do pensamento livre. houve homens, no início do século, capazes de prever com uma dilacerante lucidez o que ia de passar: a grande capitulação do espírito perante seus patrocinadores, políticos ou comerciais.
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