"Na penumbra da estrada, a carroça repousa, suas rodas afundadas na lama. O Mascate, um homem de olhos insones e riso sibilante, oferece artefatos de poder aos viajantes cansados. Relíquias esquecidas, carregadas de segredos. Entre os objetos, uma adaga de vidro, um corisco pré-histórico e uma gema cor de âmbar. E ali, na beira da estrada, a sombra carismática do mercador girando sobre os próprios calcanhares, apresentando seus produtos de forma performática, trazendo à tona a história por trás de cada uma das relíquias mágicas. Seus gestos são teatrais, sua voz oscila entre o melódico e o ameaçador. Os viajantes hesitam, atraídos pelo mistério e pelo perigo. Será que deveriam se arriscar e explorar os enigmas que permeiam essas quinquilharias?"
Na nossa segunda publicação como selo Perene Editorial, a antologia “Relicário Bruxo e os Artefatos de Poder” apresenta personagens enigmáticos, cada um com seus interesses ocultos e segundas intenções. Esses indivíduos buscam ascender, vingar-se, controlar situações ou eliminar adversidades. O ponto central que conecta todas as histórias são os artefatos mágicos: objetos que tanto corrompem quanto corroboram com a corrupção iminente. Nessa edição, apresentamos os seguintes contos e seus respectivos autores:
Adaga de Vidro, de Ana Lúcia Merege; Em uma região cavernosa, o forasteiro solitário Tarish de Cartago busca o necromante Sarki, uma das figuras mais perigosas. Seu objetivo é adquirir a poderosa adaga de vidro do deserto, atualmente nas mãos do magista. No entanto, essa busca o levará a uma troca arriscada, na qual destinos serão selados e intenções ocultas desvendadas.
A Antiquarista, de C.S Bells; Carter, um mago contratado, guia a ambiciosa antiquarista Luzia em uma expedição de caça ao tesouro, por uma gruta. Ela busca uma relíquia pré-histórica: um “corisco” que, segundo ela, atrai raios. Luzia acredita que a descoberta desse artefato comprovará seus estudos e mudará o destino da humanidade. Tudo parece ser altruista e inofensivo, no entanto, Carter, percebe tarde demais que sua curiosidade pode ter obscurecido sua intuição.
Âmbar, de Marlon Borlachenco; Em uma cidade do norte do Paraná, existe uma pequena loja de antiguidades, supostamente, gerenciada por um bruxo. O dono comercializa quinquilharias e artefatos com soluções mágicas para problemas complexos. Estefano, havia percorrido uma longa jornada em busca de algum produto que pudesse providenciar “justiça”. O lojista, com olhos ardilosos, apresentou-lhe uma gema cor de âmbar com uma criatura dentro dela, prometendo entregar mais do que justiça: prometendo o puro creme da vingança.
A obra conta com organização de Filipo Brazilliano, o prefácio de Auryo Jhota, a capa foi produzida pelo artista Ariel Bertholdo, a revisão dos textos caiu no colo de Licia Mayra e a diagramação da antologia é de Gabriel Yared.
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