Retórica (em grego Τέχνη ρητορική, em latim Ars Rhetorica), é um texto do filósofo grego Aristóteles de Estagira. É composto por três livros (I: 1354a - 1377b, II: 1377b - 1403a, III: 1403a - 1420a) e não existem dúvidas acerca da autenticidade da obra.
Ao que tudo indica, o objetivo de Aristóteles com sua Retórica é dar um tratamento eminentemente filosófico ao tema em oposição ao tratamento descuidado que os retores e sofistas daquele tempo davam ao tema. De modo mais específico, muitos acreditam que a reflexão aristotélica sobre o tema foi uma resposta à concepção retórica de Isócrates de Atenas. Ao contrário de Platão, que no diálogo Górgias condena a retórica e no diálogo Fedro subordina a retórica à filosofia, a investigação aristotélica acerca da retórica — mesmo que eminentemente filosófica — procura conferir autonomia para a técnica retórica, desvinculando-a da vigilância da filosofia (coisa que Platão discordava por considerar a retórica eticamente perigosa).
Segundo o filósofo:
"A retórica é a outra face da dialética; pois ambas se ocupam de questões mais ou menos ligadas ao conhecimento comum e não correspondem a nenhuma ciência em particular. De facto, todas as pessoas de alguma maneira participam de uma e de outra, pois todas elas tentam em certa medida questionar e sustentar um argumento, defender-se ou acusar" (Rhet., I, 1354a).
No livro I, Aristóteles analisa e fundamenta os três gêneros retóricos: o deliberativo (que procura persuadir ou dissuadir), o judiciário (que acusa ou defende) e o epidítico (que elogia ou censura). Além disso, argumentos em favor da utilidade da retórica são apresentados bem como uma análise da natureza da prova retórica que é o entimema, um silogismo derivado;
No livro II, o plano emocional é análisado em sua relação com a recepção do discurso retórico. Uma série de elementos, como a ira, amizade, confiança, vergonha e seus contrários são analisados, bem como o caráter dos homens (p.ex. o caráter dos jovens, o caráter dos ricos). Neste livro, também volta-se a analisar as formas de argumentação, são apresentados uma série de tópicos argumentativos, o uso de máximas na argumentação e o uso dos entimemas;
No livro III, o estilo e a composição do discuro retórico são analisados. Além de elementos como clareza, correção gramatical e ritmo, o uso da metáfora e as partes que compõem um discurso também estão presentes neste livro.
Com esta obra, Aristóteles lança as bases da retórica ocidental. Teoricamente, a evolução da retórica ao longo dos séculos representou muito mais um aperfeiçoamento da reflexão aristotélica sobre o tema do que construções verdadeiramente originais.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3rica_%28Arist%C3%B3teles%29).
Justifica-se o cadastro deste livro, apesar de já haver duas traduções no arquivo do skoob, porque esta edição não contém a Arte Poética (diferenciando-se da tradução da Ediouro), mas também não fica restrito ao 2º livro (como na tradução da Martins Fontes), configurando-se, assim, não apenas uma nova edição, mas um livro diferente.
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