O Devaneio é o Cetro do Poeta

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Resenhas - O Devaneio é o Cetro do Poeta


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><'',º> 28/05/2018

ESTE EXISTIR

A quem interessar possa
o meu sentir,
meu solipsismo
ou minha logorréia

ou este afundar-se
em cismas intransponíveis
nas crateras
dos meus instintos,
informo:

que este existir não seja
apenas versos,
não seja apenas golpes
desferidos sobre a alma.

13.07.94


RISCO, RABISCO, LAMBISCO

Risco, rabisco, hesito:
existo, descubro-me à-toa,
na noite,
resguardo-me de obrigações
para concentrar-me neste mister,
que é riscar, arriscar,
perambuletrar,
penitenciar-me pelas desvirtudes,
por não inventar o suficiente
nem ter o poder de traçar o texto
claro e preclaro,
enluarado e quase semiparnaso.

Risco, rabisco, lambisco;
mas não é nada disso:
desmancho, apago, reviso,
rasgo, dano-me,
profiro objurgarções...
Mesmo pisoteado,
Levanto a cabeça
e não repreendo o mundo:
brigo comigo mesmo.
Os automóveis passam,
os aviões e satélites sobrevoam o planeta
e eu continuo pelejando,
continuo lavrando meus papéis e
sobrevivendo com pequenas colheitas.

3.1.95


Extraído de "O Devaneio é o Cetro do Poeta".
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