O Critério

O Critério



Resenhas - O Criterio


2 encontrados | exibindo 1 a 2


tiagonbraz 21/11/2022

O Critério, de Jaime Balmes
"Como é que as verdades não se apresentam a todos os olhos da mesma maneira? É que tais verdades são de espécies muito diferentes; é que a régua e o compasso são inúteis para apreciar as coisas do coração; é que o sentimento nada tem a ver com os cálculos da geometria; é que as abstrações metafísicas nenhuma relação têm com a ciência social; é que a verdade pertence a ordens tão diversas quanto as naturezas das coisas, porque a verdade é a própria realidade."

"Pensar bem consiste em conhecer a verdade ou em dirigir a inteligência pelo caminho que conduz à mesma verdade. Ora, a verdade é a realidade das coisas." Com tais definições aparentemente simples, Jaime Balmes inicia "O Critério", livro escrito em 1845, sobre a arte de pensar bem e chegar, então, à verdade.
Antes da leitura, pensei que seria uma obra voltada ao modo prático de agir, pensar e tomar suas condutas na vida diária, tendo o objetivo da verdade - fim último do pensar bem. No entanto, Balmes dispensa boa parte de seu livro com questões filosóficas, como a questão da possibilidade e da existência, e como se dá este conhecimento; além de discussões sobre jornais e revistas. Creio que temas como estes não se encaixaram no resto do livro, que se propõe a refletir como o homem pode agir, pensar e dominar a si mesmo - discutindo extensamente sobre a dicotomia "razão x emoção", o perigo de deixar-se dominar pelas paixões e a força inigualável ao unirmos uma ideia a uma emoção adequada que possa fortificar aquela.
Mesmo com capítulos que não acharia necessários neste livro, há trechos profundos que se destacam: o autor descreve uma cena em que ressuscita diversos gênios da humanidade, como Cristóvão Colombo, Descartes, Napoleão, Galileu, Michelangelo, Rafael. Cada qual foi gênio em sua área; neste exercício, o autor coloca cada gênio em atividades diversas das que estão acostumados, e ocorre o esperado - mediocridade. Ademais, olham com desdém o trabalho dos outros sábios, julgando-os inúteis. Que depreender, desta magnífica cena? O que trago na frase que abre esta resenha. Cada realidade, sua verdade; e como não é aceitável abordar uma questão de matemática com o sentimento, também não o é abordar uma obra de arte com a parte racional. Seria utilizar um instrumento completamente inadequado à tarefa - e se estaria perdendo muito ao não exercitar a parte racional, no caso de ciências, ou a parte emocional e do belo, no caso de obras de arte.
Assim, no geral considero uma leitura agradável, que pode fazê-lo repensar no modo como aborda um objeto de acordo com aquilo que ele se propõe; e ajudá-lo a conhecer e possivelmente controlar suas emoções, tudo com o objetivo de pensar melhor e adquirir o conhecimento da verdade - a realidade objetiva.
comentários(0)comente



Polliana 20/08/2020

Não gostei da tradução, lerei no original em espanhol
Andy.Miles 16/02/2022minha estante
Por quê?


Polliana 23/03/2022minha estante
Vixe! Não lembro, já faz tanto tempo que o li, mas li o original em espanhol mesmo.




2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR