Angélica Freitas é uma dessas personalidades literárias contemporâneas que, antes mesmo de lançar o primeiro livro, já se fizeram conhecer e reconhecer pela intervenção constante em seu blog, tal sua força inovadora. Rilke shake, seu livro de estreia, que ganha agora uma nova edição, situa a autora na singularíssima família de poetas como Adília Lopes, Paulo Leminski e Cacaso, em cuja obra o humor às vezes escrachado carrega em si uma dimensão trágica, de tristeza, deslocamento e inviabilidade. É notável o espírito profanatório com que ela relê a tradição poética que a formou, à qual dedica, mais do que discursos laudatórios, uma língua ferina. Alguns de seus poemas já podem ser incorporados ao acervo da melhor poesia produzida hoje no Brasil.
Poemas, poesias / Literatura Brasileira