A presente obra pretende ser um caminho acessível à saúde mental, enquanto síntese da nossa produção de vida e campo de produção de conhecimento e de prática, isto é, uma introdução à problemática da saúde mental em nossa realidade, como ela tem sido e pode ser entendida e abordada, e suas interfaces com a militância num país e numa realidade que, cada vez mais, carecem de uma militância fortalecida para lutar contra o desenvolvimento barbárico, destrutivo da sociabilidade do capital. Propomos um caminho introdutório, mas sem ser superficial. Muito menos, buscamos reproduzir a hegemonia no campo da saúde mental que tem uma série de problemas a serem superados - muitos deles apontados no decorrer do livro.
Para isso, argumentamos que o conjunto de lutas históricas dos(as) explorados(as) e oprimidos(as) é sobre e por saúde mental, ao almejarem melhores condições de vida. Demonstramos, a partir dos exemplos das lutas dos povos originários, do movimento feminista, dos Panteras Negras, do Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Rurais sem Terra (MST) e do Coletivo de Pacientes Socialistas (SPK), como que as diversas organizações políticas e formas de luta da classe trabalhadora abordam a saúde mental. Contudo, para entendermos isso, é preciso romper com as concepções hegemônicas sobre o que é saúde mental, até para que possamos apreender limitações e contradições das nossas quanto à saúde mental, fortalecendo-as na construção de uma vida e saúde mental mais humanizadas.
Medicina e Saúde / Política / Psicologia