Numa manhã soalheira durante o mês de maio de 1939, um grupo de cerca de 800 mulheres foi conduzido em marcha forçada pelos bosques até um local a 90 quilômetros a norte de Berlim. Entre elas, podiam encontrar-se donas de casa, médicas, cantoras de ópera, prisioneiras políticas e prostitutas. O seu destino era Ravensbrück, um campo de concentração concebido só para mulheres por Heinrich Himmler, o líder da SS e principal arquiteto do genocídio nazi. Por lá passaram até ao final da Segunda Guerra Mundial mais de 130 mil mulheres. Eram provenientes de mais de 20 países europeus e foram sujeitas a formas brutais de tortura e extermínio. Durante décadas, a história de Ravensbrück permaneceu oculta atrás da Cortina de Ferro, e ainda hoje continua a ser pouco conhecida. Sarah Helm, num meticuloso trabalho de pesquisa e recolha de informação, até então perdida ou de difícil acesso, abre-nos finalmente as portas deste lugar sombrio. Mostra-nos testemunhos descobertos após a Guerra Fria e entrevistas com sobreviventes que nunca antes tinham partilhado a sua experiência.
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