A dor quase indescritível da separação é o tema deste volume. Sofrimento para quem quer o fim da relação e para quem quer preservá-la. Mas ambos os envolvidos vivem um episódio dramático, que arrasta os mais próximos e gera desassossego. O peso da razão se dilui em tais momentos. Paixão, orgulho, tradição e preconceito entram no jogo e criam novas perspectivas. As duas histórias a serem cotejadas ocorreram com um intervalo de algumas décadas e são exemplares de nossa realidade num palco comum, o Rio de Janeiro, mas as diferenças são brutais. Veremos duas mulheres que desejam exercer seu direito a separação. Uma quer, mas não pode; a outra pode e sofre para manter seu legítimo poder. O formato escolhido, seleção de missivas entre os personagens, também chama a atenção para as modificações tecnológicas. Enquanto a primeira escreve cartas, a segunda envia e-mails. Esse detalhe é importante se considerarmos que a comunicação mudou o comportamento, pela via da informação sobre as transformações de costumes. Finalmente, o leitor poderá assistir a derrota de uma mentalidade que, apesar de obtusa, vigorou durante séculos, atuando sobre os relacionamentos.