“Os desafios da vida não se resumem às obrigações ordinárias do dia a dia. Tampouco suas dificuldades se encerram na miríade de circunstâncias sociais que a cercam. Há muito mais que ser visto e enfrentado. Por vezes, na maioria sem que percebamos, os desafios se encontram enraizados no âmbito dos laços afetivos que mantemos, desde a família, quanto às relações parentais e filiais, aos relacionamentos mantidos sob a rubrica da paixão ou quiçá do amor. Nestas situações, fendas emocionais obtidas em razão de traumas ou situações vividas, são utilizadas como mecanismos de usurpação por um tipo muito específico de personalidade: os Sequestradores de Almas e os Vampiros Energéticos. A estirpe que os caracteriza perpassa por uma crueldade velada ou deliberada, no campo psíquico e até físico, por meio de ardis arquitetados como mecanismos dissuasórios da experiência do real de suas vítimas. São predadores perfeitamente socializados e dissimulados, que vagam entre nós. As vítimas são alvo de um verdadeiro esmagamento de suas almas, perdendo, literalmente, a compreensão de si mesmas, enclausuradas num viver triste, angustiado e, por vezes, depressivo. Assim, por intermédio de histórias reais, surpreendentes e verdadeiramente incisivas, é feito o convite, nesta obra, para a reflexão e para aprendermos a detectar as situações na quais sobredito sequestro de almas ocorre. Mais do que uma autoajuda, propõe-se o autorresgate da alma, o ressurgimento da essência humana a partir da consciência de si, da percepção da clausura e da necessidade de rompê-la. Como uma ave que alça voo para além da espessa camada de encobrimento do ser autêntico, o autorresgate é, ao mesmo tempo um rompimento com as algemas psíquicas e um reencontro com as potencialidades próprias da pessoa. Nesse movimento de liberdade, a pessoa, antes sequestrada, enfrenta seus medos e angústias, deflagrando um inexorável horizonte de possibilidades. No fim e ao cabo, ressurge nova, cônscia de sua situação, e, assim, apta a promover visceralmente uma mudança significativa, a qual importará no redescobrimento do sentido do próprio existir. Constrói-se, portanto, uma nova casa, uma nova vida e, afinal, um novo mundo. O que se mostra aqui é a infinita capacidade humana, psíquica e biológica, de reencontrar-se em meios aos escombros emocionais. Engendra o drama do viver na tessitura mesma do real e, como exemplo que é, almeja tocar-nos de distintas maneiras. Todas, porém, resumidas ao empenho de liberdade, como que, enfim, a sublimação de nossas vidas dependesse apenas de nós mesmos – o que é absolutamente verdade. “
Autoajuda