Sérgio Cabral Filho foi líder estudantil, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, senador, governador e chefe da organização que saqueou os cofres do Rio de Janeiro. Sempre ao lado da mulher, Adriana Ancelmo, a quem carinhosamente chamava de Riqueza, mais do que dinheiro fácil, ele queria uma vida de rei.
Conhecido pelo estilo de vida extravagante, comprava joias em dinheiro, usava o helicóptero oficial do governo até para levar o cachorro para a casa de praia nos fins de semana e vivia às farras em Paris – fato imortalizado na famigerada foto em que seus companheiros de viagem, entre os quais um dono de empreiteira e o então secretário de Saúde do Rio, posam com guardanapos amarrados à cabeça.
Mesmo num país já acostumado a tantos desvios de dinheiro público, a história de Sérgio Cabral consegue ser inédita e até chocante. Não há precedente de tamanha roubalheira, ganância e soberba. Seu esquema de propina adiantada – prática de que nunca se tivera notícia – lhe valia mesadas na casa dos 500 mil reais. Em 20 e poucos anos de carreira política, construiu um patrimônio invejável.
Mas a casa haveria de cair, e Cabral foi pego na malha fina da Operação Lava Jato. Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio de Janeiro cumpre uma sentença de mais de 180 anos de prisão e ainda será julgado por outros 17 processos. Incansável, está sempre em busca de regalias na prisão.
Neste livro-reportagem, o premiado jornalista Hudson Corrêa apresenta os bastidores da ascensão e queda do garoto de praia de Copacabana que levava uma vida de sultão e queria chegar à presidência da República, mas acabou atrás das grades.
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