"Sol Negro" examina a sobrevivência e a revivificação de idéias raciais "arianas" em resposta aos desafios do mundo pós-guerra. O historiador Nicholas Goodrick-Clarke oferece uma perspectiva única a respeito do neonazismo da extrema direita, encarando-o como um novo movimento religioso.
Aqui, o autor trata de assuntos como influências mágicas do Nazismo; suástica sinestrógira; cultos arianos; a batalha entre o gelo e o fogo eterno; Heinrich Himmler e a criação da SS, inspirada na Companhia de Jesus; teoria da terra oca; reinos subterrâneos, entre outros.
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Nicholas Goodrick-Clarke, escritor catedrático, associado à Universidade de Oxford/EUA, desde 1975, vem dedicando-se exclusivamente a pesquisa de fatos históricos que colocam em ênfase o submundo da extrema direita e o renascimento de condutas neonazistas. Nicholas mostra que mais de meio século após a derrota do nazismo e do fascismo, a extrema direita está novamente confrontando a ordem liberal das democracias por espaço político. Ideologias radicais estão se alimentando das ameaças da globalização econômica, da ação afirmativa e da imigração proveniente do Terceiro Mundo para fazer florescer o sentimento nacionalista.
Goodrick-Clarke leva o leitor a conhecer um pouco a respeito das grandes organizações mundiais e dos indivíduos com teorias conspiratórias; apresenta o neonazismo americano; o submundo nazista britânico; as idéias do filósofo italiano Julius Evola; os escritos clandestinos de Savitri Devi sobre a restauração ariana da Índia; as várias obras de romance de suspense, os livros de não-ficção e os filmes que trouxeram para a cultura popular o contexto histórico e político do nazismo alemão; e o nazismo místico de Miguel Serrano. Entre as páginas 247 e 262, apresenta fotos que ilustram os diversos movimentos, pensadores, agentes publicitários e política de identidade branca neonazistas que surgiram no transcorrer da história e que comprovam o aparecimento do neonazismo.
A pesquisa de Nicholas Goodrick-Clarke originou-se com o objetivo de documentar a sobrevivência dos temas nazistas ocultos no período pós-guerra. Conforme o trabalho progredia, entretanto, minha perspectiva ampliou-se consideravelmente. Em vez de escrever sobre místicas fascistas desaparecidas e idéias redundantes, percebi que estava, na verdade, narrando uma nova história de grupos e da ideologia neo-völkisch na América e na Europa. Da mesma forma que o movimento original surgiu como uma ideologia defensiva da identidade alemã contra a modernidade no final do século XIX, essa revivificação age como uma ideologia defensiva da identidade branca contra o multiculturalismo, a ação afirmativa e a imigração em massa do Terceiro Mundo. De forma similar aos ariosofistas de 1890-1945, os novos movimentos de orgulho branco representam somente a reação mais radical das sociedades ocidentais que agora precisam enfrentar desafios fundamentais à sua identidade cultural, destaca.
O movimento original foi o precursor ideológico do nacional-socialismo e do Terceiro Reich. A ascensão de um novo movimento deve, portanto, fazer-nos refletir seriamente. Quem sabe que tipo de política e de sociedades emergirão por volta dos anos 2030-50? O Sol Negro, meticulosamente, documenta a história e mostra que é necessária uma compreensão dos fatos para ajudar a evitar a recorrência de conflagrações passadas.