Marcos é um arquiteto que, quando estudante, escrevia nas paredes do quarto frases como Um homem deve carregar a própria mala e arrumar a própria cama. Ele mora em São Paulo, no mesmo prédio de outro Marcos, que é um ator famoso. Também têm em comum a presença de Carol. Psicóloga, ela é casada com o Marcos arquiteto e é a melhor amiga do Marcos ator, com quem dividiu uma adolescência intensa. Num começo de noite, os dois Marcos confidenciam para uma Carol cansada descobertas que haviam feito. Um diz a ela que tem superpoderes, é um super-homem, certeza que começou a se cristalizar depois que ele lançou o braço em direção a um suporte de escova de dentes e o viu cair, sem tocá-lo. O marido, desanimado, define-se como um não-homem, sem ter ainda muita clareza do que isso signifique.
Em paralelo, cinco ótimos alunos do ensino médio que moram em bairros pobres do Rio de Janeiro realizam um roubo de fios de cobre no subsolo da cidade. Denominam-se Os Invisíveis e deslizam em seus skates, gírias, raivas e sonhos pelas ruas da cidade.
Experiências cotidianas tão díspares vividas em metrópoles. A realidade e a realidade virtual de um videogame com seu avatar impossível de ser derrotado. A memória de acontecimentos na distante Índia, que não se sabe se inventados ou reais, mas de qualquer maneira vividos. Os aeroportos e quartos de hotel sem identidade que são iguais em todas as partes do planeta. Com elementos da contemporaneidade, que definem e são definidos por esse complexo, contraditório, poderoso e frágil homem do séc. XXI, o livro percorre três dias que marcarão a vida de cada personagem. Suas ideias de ser neste mundo cheio de paredes e frases e suportes de escova de dentes serão profundamente modificadas.
Literatura Brasileira / Romance