Se o título desta obra fosse Dicionário de dúvidas de linguagem não seria nenhum exagero, já que aborda centenas de problemas da língua portuguesa – rigorosamente em ordem alfabética –, tornando-se uma obra de referência muito prática e com uma didática bem descontraída.
Na seção Questões vernáculas, o leitor vai encontrar coisas insuspeitas: vai perceber, por exemplo, que a locução lava jato e o termo lava-jato são modelos sem identidade linguística, apesar de serem formas amplamente difundidas pela nossa imprensa. Mais pasmado vai ficar ao descobrir que lírio do campo não tem hífen, quando a regra (segundo o novo acordo) diz que palavras compostas designativas de espécie botânica, como lírio-do-mar, lírio-do-brejo, lírio-das-pedras, lírio-do-vale, lírio-da-serra e lírio¬-roxo-do-campo grafam-se com hífen.
O capítulo Acidentes de redação mostra palavras mal-empregadas ou desnecessárias que tornam a comunicação hilariante, como neste caso: “Antes de morrer, Cristiano Araújo fez um seguro de vida beneficiando seus familiares”.
Os 150 pecados capitais da língua portuguesa representam um dos itens mais práticos e interessantes do livro. Nele estão os erros mais comuns provocados pela falta de conhecimentos básicos, como nestes passos: “O mal cheiro estava insuportável”. “Houveram muitas reclamações”.
Os anglicismos – palavras, locuções ou construções da língua inglesa, empregadas em nosso idioma – constituem um dos pontos altos deste manual, tanto pelo grande número de termos registra¬dos quanto pela orientação correta da grafia, uso e pronúncia. Tudo fundamentado nos melhores dicionários britânicos e americanos da atualidade.
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