Gabriel, tinha verdadeiro pavor do Natal. Reclamava das lojas cheias, das ruas intransitáveis, dos sinos, das músicas, das árvores enfeitadas, dos presentes, das brincadeiras de amigo oculto, da alegria, enfim, de tudo. Na verdade, era praticamente obrigado a sufocar a vontade de gritar de raiva, e até de sabotar o trenó do Papai Noel, pode? Pois é, mesmo sabendo que em quase todo o planeta, e em quase todas as culturas, existia alguma forma de celebrar a data, ele jurava que jamais teria disposição para nada que lembrasse as comemorações aquela época do ano. Pois foi exatamente quando aquilo tudo que prometia ser pior do que o pior dos pesadelos aconteceu. Até então Gabriel achava que estava apenas sonhando.