De um lado, uma mulher culta, independente, divorciada e já com filhos adultos. Do outro, um homem casado, estrangeiro, mais jovem, por quem ela perde completamente a cabeça. E por quem espera, dia após dia. Se o tema parece trivial, não o é, de todo, o modo como os dois anos que dura esta «paixão simples» são contados: no seu estilo frontal, acutilante, despido de vergonhas e julgamentos, Annie Ernaux desfoca a linha ténue entre ficção e autobiografia e põe na voz da narradora as confidências da história de uma relação que toma conta de tudo, que extasia e rebaixa, fonte da maior felicidade e da mais dolorosa solidão. Viver algo assim será, talvez, o maior privilégio da existência. Lançado em 1991, Uma Paixão Simples surpreendeu o panorama literário francês, quebrando os estereótipos do romance sentimental pelo seu erotismo e pela sua honestidade. Em 2020, é adaptado ao cinema por Danielle Arbid.
Romance