A intenção de chocar dos moderninstas de 1922 não foi gratuita. Para negar o academicismo reinante na época era preciso romper de forma radical. O grito de liberdade do grupo de artistas e escritores encabeçado por Mário de Andrade foi dado 13 anos depois do Manifesto Futurista, do italiano F.T. Marinetti. O porquê de ter acontecido tanto tempo depois e o contexto da Semana de Arte Moderna, que completa 90 anos, está na antologia de Gilberto Mendonça Teles.
Vanguarda europeia e modernismo brasileiro reúne poemas, manifestos e conferências vanguardistas publicados entre 1857 e 1972. O simples trabalho de reunir tais textos numa única fonte de consulta já seria em si louvável, mas, além disso, Teles brinda o leitor com comentários pertinentes sobre a arte e os contextos políticos e históricos de cada época, citando detalhadamente as agitações literárias da época e as vanguardas europeias. A coletânea reúne autores que anteviram os sopros de mudança ainda no século XIX como Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé, passando pelos principais expoentes daquelas revoluções: o surrealista francês André Breton, o futurista russo Maiakovski e o dadaísta romeno Tristan Tzara.
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