A loucura é a incapacidade de comunicar-se. Entre a loucura e a normalidade, que no fundo são a mesma coisa, existe um estado intermediário: chama-se ser diferente. E as pessoas estavam cada vez com mais medo de ser diferentes. No Japão, depois de ter pensado muito sobre a estatística que acabara de ler, me veio a ideia de escrever um livro sobre a minha própria experiência. Escrevi "Veronika Decide Morrer" na terceira pessoa, usando meu ego feminino, porque sabia que a minha experiência de internação não era o que interessava mas sim os riscos de ser diferente, e o horror de ser igual.
Drama / Ficção / Literatura Brasileira