Em Vidas desperdiçadas, Zygmunt Bauman reflete sobre um dos problemas mais inquietantes de nossa época – a produção de uma cultura de "refugo humano", ou, mais exatamente, de seres humanos refugados – e nos oferece um ponto de vista alternativo sobre o mundo moderno, supostamente tão familiar, que todos compartilhamos e habitamos.
Hoje são postos em movimento enormes contingentes de seres humanos destituídos de meios de sobrevivência em seus locais de origem. Já não há mais espaço para os párias da modernidade, os expulsos, marginalizados, o lixo humano produzido pela sociedade de consumo.
Essa população fora da lei jamais será incorporada ao sistema produtivo nem manterá qualquer tipo de relação estável. Também não há mais para onde fugir e nem um futuro possível para essas pessoas. O grande problema dos Estados é que destino dar a esse lixo, que não pode mais ser enviado para as antigas fronteiras móveis do capitalismo colonial. É ele que constitui o objeto das políticas de segurança, o aspecto número um da atenção pública em todo o planeta.
Neste livro, Bauman ilumina esse cenário sombrio. Preocupado com o ambiente em que vivemos – que ele compara a um Big Brother, no qual todos controlam e querem decidir quem será eliminado –, o autor se propõe a recuperar uma perspectiva humanista do social.
Não-ficção / Sociologia