Durante mais de 30 anos Antônio de Oliveira Salazar governou Portugal com punho de ferro. Através de um regime nacionalista, autoritário e repressivo, despolitizou-se, desmobilizou-se a participação cívica dos portugueses e criou-se uma única e determinada imagem do país. Pretensamente sem conflitos, problemas, miséria e dificuldades, segundo a norma de o que parece é.
Mas os homens e mulheres de então tinham fome, viviam amordaçados pelo lápis azul dos censores, controlados por escutas telefônicas ou violação do seu correio, intimidados pelos informantes que colaboravam com o regime. Atormentados pelas torturas bárbaras perpetradas pela PIDE. Julgados por tribunais fantoches, onde a liberdade ficava à porta e os próprios advogados passavam a réus.
Se a sua atitude fosse considerada suspeita eram perseguidos, impedidos de exercer a função pública, exilados ou deportados para campos de concentração, ou, simplesmente assassinados.
Estes homens e mulheres têm um rosto, sofreram a repressão, enfrentaram-na de forma corajosa e muitos morreram de forma heróica a combatê-la.
São as vítimas de Salazar.