"Chegou. A obra que desfruta e questiona nossos textos com profundidade, despreocupada em agradar. Sem fazer média. Sem amontoar dados e descrições estéreis. Aprecia e problematiza nossos movimentos estéticos e políticos nas periferias, nosso jeito de se representar, nossas contradições. Sem lamber nem escarrar, não é advogado nem feitor. Põe no tabuleiro uma reflexão sobre a sangria e os revides no Brasil, no México e em muitas beiradas latino- Americanas e mundiais. Apresenta a potência, mas não anuncia ginga nem porrada onde vê anestesia ou carta marcada. Detalha o que há de criativo e ancestral, mas também as vitrines com sede de produtos descartáveis. Desenha o que sente de força, mas também o que percebe que murchou dos princípios. Pensa autonomia e estado, estética e linguística.
Talvez seja a alma de romancista de Alejandro, talvez a coragem que se adquire com o tempo ou os anos de vivência nas quebradas dos Andes à Bahia. Provavelmente é o espírito zapatista.
Aqui está um doutorado em Berkeley escrito em português balançado, fluente, nítido na ponteira, na rasteira e na gana por mudanças com sustança".
Allan da Rosa