Diante das grandes crises, como resgatar a confiança, o vínculo que nos liga ao mundo, que nos faz agir, pensar e criar? O pragmatismo do filósofo americano William James surge dessa questão, em tudo oposta à ideia do sucesso à americana, do self-made man, do homem de negócios oportunista. Se hoje os Estados Unidos vivem uma caricatura de si mesmos, James oferece um vívido antídoto à filosofia do capitalismo. Para ele, a tarefa da filosofia não é procurar o verdadeiro ou o racional, e sim nos dar razões para acreditar neste mundo. Conforme a bela interpretação de David Lapoujade presente neste livro, o pragmatismo de James se apresenta como um método para mergulhar num mundo em fluxo, que concebe a experiência como composição e justaposição de experimentações, onde as linhas que se entrecruzam constituem uma cartografia particular. Este é o projeto da filosofia de James, isto é, do empirismo radical: liberar a experiência de toda forma preexistente.
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