Irene e Nate Stanley viviam bem com os filhos Bliss e Shep na fazenda da família até Nate anunciar que recebeu uma proposta de trabalho irrecusável em outro estado. Irene reage mal à notícia. Parece pressentir que algo de ruim vai acontecer. Quando a família começa a se ambientar ao novo lar e finalmente digerir a mudança, os temores de Irene se concretizam: Shep, aos 15 anos, é morto a tiros num aparente assalto à casa da família. O assassino, Daniel Robbin, um jovem mecânico com extensa ficha criminal, é capturado e recebe a pena de morte.
Muito tempo depois, Irene ainda não conseguiu superar a perda do filho. Seus anos seguintes resumem-se na ansiosa espera pela execução de Daniel. A angústia e o desespero que sente são tamanhos que Irene cogita buscar contato com o assassino, trocar cartas com ele e tentar entender seus motivos. Tentar perdoá-lo e, assim, quem sabe colocar um ponto final em toda a dor. Uma decisão difícil de explicar à família e que, por isso mesmo, ela esconde pelo maior tempo possível.
Quando a data da execução se aproxima, as emoções de todos estão à flor da pele. Os Stanley ficam frente a frente com as feridas do passado e Irene vê que não é a única a guardar segredos. Todos ali carregam feridas pessoais e que só podem ser superadas se estiverem dispostos a lidar com a tolerância e o perdão. "Não escrevi o livro para fazer um panfleto sobre a pena de morte. Intelectualmente eu sou contra essa medida, mas confesso que não sei se minhas objeções resistiriam à vontade de vingança num caso como esses. Minha real intenção era fazer as pessoas confrontarem a questão do perdão. Como é perdoar, o que é preciso e o que isso pode nos trazer?", questiona a autora.
A Árvore das Lágrimas é o livro de estreia da jornalista Naseem Rakha e começou a tomar forma em 2003, quando ela conheceu a mulher que inspiraria a história. "Foi durante uma passeata em Silverston (Oregon), cidade onde eu morava. Ela havia acabado de visitar um interno que estava no ‘corredor da morte'. Esse mesmo homem tinha matado sua filha vinte e um anos antes. Durante dez anos essa mulher acreditou que a execução da sentença acabaria com a sua dor, mas, em determinado ponto, sentiu que precisava desistir de sua vingança. Ela então escreveu para o homem dizendo que o perdoava. A impensável mistura entre o mais profundo desespero e a reconciliação me motivou a explorar essa jornada complexa de sentimentos".