LissBella 13/09/2011ÂHá coisas que nunca foram feitas, que nunca foram ditas. São essas as coisas que voltam para nos assombrarÂ.Mais uma leitura altamente reflexiva... Me peguei pensando muito sobre quanto julgamos, condenamos e concluÃmos coisas sem realmente saber o porquê delas, além de como algumas coisas só quem as vive pode saber... como a dor da perda de um filho. Como receber essa notÃcia???
ÂHouve um momento de silêncio, como a calmaria que antecede a tempestade. Depois veio o impacto, atingindo-a em cheio no peito, no intestino, no estômago, as pernas fraquejando, o peito arfando... Ela tinha de fazer alguma coisa. Uma mãe não deixa o filho morrerÂ.
Em A Ãrvore das Lágrimas a autora nos conta a história de uma famÃlia marcada por uma tragédia. Irene e Nate Stanley perdem um filho, Shep é assassinado com apenas 15 anos de idade num aparente assalto à casa da famÃlia. Daniel Robbin é condenado pelo crime e recebe pena de morte.
O que vem depois disso é a espera... A espera que é capaz de unir ou separar... uma espera capaz de mudar as pessoas... de torná-las duras... culpadas... ÂEles tinham feito escolhas. Suas escolhas estavam erradasÂ... Então a vontade de justiça ou talvez a sede de vingança...
Pode uma mãe entender o assassinato do seu filho? Irene não podia, não agora... então ela define JUSTIÃA como sendo Âsó uma palavra que pessoas como você usam para se sentirem melhor sobre as coisas que não conseguem consertarÂ... ÂO que eu quero é vingançaÂ.
Vamos sofrer com a famÃlia a dor dessa perda, perfeitamente narrada por Naseem Rakha: ÂDa vida já não restava muita coisa. O ódio seguira seu curso e cumprira seu intento... haviam reduzido a nadaÂ.
Eu tenho um filho e passei 3 dias pensando nisso, refletindo em como seria estar nesse papel, o que eu faria se alguém o tirasse de mim para sempre... senti dor ao imaginar isso, só de imaginar...
O livro nos apresenta também um pouco da vida desses Âcondenados na cadeia e da vida de quem lida com eles... ÂA maioria lutava contra os seus próprios demônios, sombras à espreita em algum desvão escuro da mente. Confinados como estavam... iam perdendo o juÃzoÂ.
Robbin foi preso aos 19 anos e apenas 19 anos depois a data da execução é marcada... e enquanto isso, como dito no livro houvera muita dor... ÂSempre há dor. A dor do saber. A dor da espera, a dor da expectativaÂ.
O que mais??? Só lendo... só lendo para sentir o livro e saber...
Algumas frases:
ÂA verdade não é necessariamente o que as pessoas querem ouvir.... A verdade podia machucarÂ.
ÂExistem sons dentro do silêncio  um zumbido, uma lamúria, um suspiro... Subitamente ouviu todos eles, e depois ouviu seu próprio coração. A alma dela também tinha a própria voz, e ela pode ouvir o ruÃdo de algo rachandoÂ.
ÂHá coisas que nunca foram feitas, que nunca foram ditas. São essas as coisas que voltam para nos assombrarÂ.
ÂAs coisas que a gente não faz, as coisas que a gente enterra voltam para enterrar a genteÂ.
ÂHá razões para fazermos tudo o que fazemos... todos nós temos nossas próprias históriasÂ.
Lindo livro. Recomendo!!!