A diáspora, uma das onze histórias aqui reunidas, foi provavelmente a última que o escritor deu por terminada, já próximo da morte. Outras, como A casa do girassol vermelho, Alfredo e Marina, a intangível, foram publicadas pela primeira vez na sua juventude.
É espantoso, aliás, observa o crítico Sérgio Alcides, como os contos do começo da carreira já trazem as marcas mais características da obra de maturidade do contista mineiro. O estilo preciso, por exemplo, sem rebarbas, e certo humor amargo de quem teve em Machado de Assis seu grande mestre. O gosto pelas epígrafes, que o autor, embora agnóstico, pinçava da Bíblia. E, sobretudo, a desconcertante naturalidade para narrar histórias em cujo desenrolar - à primeira vista - nada parece natural.
Com organização de Humberto Werneck, todos os contos de Murilo Rubião foram reunidos em três volumes de edição caprichada (O pirotécnico Zacarias, A casa do girassol vermelho e O homem do boné cinzento), cada um deles com um prefácio do organizador, um posfácio de um crítico renomado, fotos, cronologia e bibliografia.
A casa do girassol vermelho, com posfácio de Sérgio Alcides, reúne os contos A casa do girassol vermelho (1947), Alfredo (1947), Marina, a intangível (1947), Os três nomes de Godofredo (1947), Memórias do contabilista Pedro Inácio (1947), Bruma (1953), D. José não era (1953), A lua (1953), A armadilha (1965), O bloqueio (1974) e A diáspora (1998).
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