Como já fizera em Formação econômica do Brasil (reeditado pela Companhia das Letras em 2007), neste livro Celso Furtado estuda a América Latina com o duplo enfoque histórico e econômico. As estruturas criadas pelos conquistadores, voltadas para os interesses da metrópole, as conseqüências da inserção no sistema internacional de trabalho como continente fornecedor de matérias-primas, a fase de industrialização, as reformas agrárias do México, Bolívia, Peru e Chile, a economia de Cuba, as dificuldades de formação de mercados comuns continentais são apenas alguns dos temas estudados. A economia latino-americana, cuja primeira edição é de 1969, é também uma análise da contribuição dos economistas latino-americanos da Comissão Econômica para a América Latina (cepal) para a solução de problemas como a inflação, o planejamento
e a superação do subdesenvolvimento.
Os temas tratados por Celso Furtado se apóiam em dados quantitativos que se estendem até o primeiro choque do petróleo,
em meados dos anos 70. O autor preferiu, contudo, não atualizar as estatísticas nas sucessivas reedições, por considerar
que A economia latino-americana é, acima de tudo, uma introdução à história e à economia da sociedade da América
Latina desde os tempos coloniais, e um estudo das tendências de longo prazo do desenvolvimento do continente.