O autor vê a feitiçaria como a religião original da Europa e trata da formação dessa misteriosa entidade feminina intitulada feiticeira, situando sua origem na Idade Média. O ambiente desse período histórico é essencial, aliás, ao nascimento desse ser especial. A despeito do rótulo de romântico dedicado ao historiador, sua postura sensível diante da mulher, sua visão mesmo, é atual. Mais do que falar da feiticeira, o livro sublinha a essência da própria mulher, enaltecendo-a.
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"Desde sua publicação, em 1862, a recepção de A Feiticeira foi marcada pela perplexidade diante da maneira como seu autor, Jules Michelet, integrou o mito à narrativa histórica. Esse procedimento, que inspirou uma fortuna crítica disposta a ler tal obra mais sob a ótica literária do que como trabalho de História, tende a distorcer os objetivos e propósitos visados pelo historiador. (...) as heterodoxias narrativas de Michelet vistas como o resultado de uma reflexão eminentemente historiográfica (....) a compreensão do papel central do mito, tal como mobilizado em A Feiticeira, apoiando-se na constituição de um "método histórico", cujo estabelecimento e fundamentação são diretamente derivados da leitura e da tradução que Michelet propôs para a obra do filósofo napolitano Giambattista Vico, em particular, a "Ciência nova" / Scienza nuova". (Do artigo de Maria Juliana Gamboji Teixeira -- "Para uma leitura d'A Feiticeira de Jules Michelet").
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