No Brasil de hoje, todos os formadores de opinião mais salientes, sem exceção visível comentaristas de mídia, acadêmicos, políticos, figuras do show business pensam por figuras de linguagem, sem a mínima preocupação ou capacidade de distinguir entre a fórmula verbal e os dados da experiência. Impõem seus estados subjetivos ao leitor ou ouvinte de maneira direta, sem uma realidade mediadora que possa servir de critério de arbitragem entre emissor e receptor da mensagem.
A discussão racional fica assim inviabilizada na base, sendo substituída pelo mero confronto entre modos de sentir, uma demonstração mútua de força psíquica bruta que dá a vitória, quase que necessariamente, ao lado mais barulhento, histriônico, fanático e intolerante.
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