A escritora argentina Silvina Ocampo é uma das figuras mais requintadas, talentosas e estranhas da literatura espanhola. Filha de uma família aristocrática, surgiram em torno dela mitos que cercam não só sua obra, entusiasticamente reavaliada nos últimos anos, mas também sua vida: a relação particular que mantinha com o marido, Adolfo Bioy Casares; sua amizade mutável e fofoqueira com Jorge Luis Borges, que jantava todas as noites em sua casa; seus supostos romances com mulheres, como a poeta Alejandra Pizarnik ou a própria mãe de Bioy; suas premonições perturbadoras; seus conflitos ambíguos com a grandiosa e influente Victoria Ocampo, sua irmã mais velha.
Neste livro, Mariana Enriquez, através de uma enorme quantidade de fontes bibliográficas e depoimentos de amigos, críticos, parentes e conhecidos de Silvina Ocampo, questiona os mitos, levanta o véu sobre os segredos e olha com intensidade ímpar a vida daquela que vivia com o desejo de permanecer escondida. O resultado é um retrato emocionante de uma mulher cativante e obscura, inteligente e levemente perversa, dona de uma imaginação selvagem, que hoje é considerada uma das melhores contistas da América Latina.
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