A Nossa Parte da Noite, o aguardado livro da argentina Mariana Enriquez, é um romance épico, gótico, múltiplo, uma mescla de géneros e tradições literárias e onde as personagens atravessam mundos e submundos. Os temas universais da família, do poder e da eternidade cruzam-se com os de sociedades secretas e seres obscuros que procuram redefinir a natureza da vida e da morte - o terror sobrenatural entrecruza-se com terrores muito reais. Em tempos de ditadura militar, um pai e um filho atravessam a Argentina de carro, desde Buenos Aires até às cataratas de Iguaçu. Pelo caminho há operações de controlo militar e o clima geral é de grande tensão. O pai tenta proteger o filho, Gaspar, de um destino que parece estar traçado. A mãe morreu em circunstâncias pouco claras. Tal como o pai, Gaspar foi chamado a ser médium numa sociedade secreta, A Ordem — já com séculos de existência —, dominada pela poderosa família da mãe de Gaspar. O destino do médium é cruel, pois o seu desgaste físico e mental é rápido e implacável.
Desta inicial viagem de carro partimos para uma outra viagem alucinante - com passadiços que escondem monstros inimagináveis; interiores de casas que comportam abismos e mudam subitamente sem a intervenção humana; com enigmáticas liturgias sexuais; andanças pela Londres psicadélica dos anos sessenta; a ditadura militar, os desaparecidos; e a incerta chegada da democracia.
Considerado pelo júri do Prémio Herralde «o novo «grande romance latino-americano», na senda de Rayuela, Paradiso, Cem Anos de Solidão ou 2666, A Nossa Parte de Noite é um romance total e deslumbrante que consagra Mariana Enriquez como uma escritora fundamental das letras latino-americanas do século XXI.
CRÍTICAS
«Uma escritora dotada. Escreve as suas histórias com base numa atmosfera de verdade, com um descritivo e sombrio matiz poético.»
Patti Smith
«Mariana Enriquez é uma escritora fascinante que é imperioso ler. Como a Bolaño, interessam-lhe as questões sobre a vida e a morte; a sua ficção atinge-nos com a força de um comboio de mercadorias.»
Dave Eggers
«Um prodigioso cruzamento entre a reescrita de certas tradições e essa lucidez atroz a que chamamos um olhar próprio.»
Andrés Neuman
«Mariana Enríquez goza de um merecido reconhecimento. A sua escrita possui qualidades raras como a condensação e uma sugestiva frialdade. Uma prosa com peso específico.»
Carlos Pardo, El País
«Um romance total, tão ambicioso e desmesurado como 2666 de Roberto Bolaño.»
Júri do Prémio Herralde. El País
Romance