Um clássico desde sua primeira edição em 1984, em A Revolta da Vacina o renomado historiador Nicolau Sevcenko realizou um estudo pioneiro, reconstituindo os episódios que passaram para a história como a maior convulsão social da cidade do Rio de Janeiro, durante a campanha de vacinação contra a varíola (1904). O ponto de vista adotado pela análise é bastante claro: ver a modernidade pelo avesso. Assim, por trás da reforma urbana promovida então pelo prefeito Pereira Passos, é possível ver claramente o processo de especulação imobiliária e a profunda situação de exclusão social. A saúde pública caminha junto ao uso autoritário da ciência. E a nascente República, que em tese se opunha ao Império escravocrata, promove na verdade a “democratização da senzala”.
Literatura Brasileira